Relacionamento Amoroso: a Difícil Arte de Acertar e Viver Harmoniosamente.

O relacionamento amoroso é uma relação de afeto entre duas pessoas, considerando o modelo monogâmico, onde o amor, carinho, respeito, compromisso, companheirismo e fidelidade fazem parte. É um espaço onde as pessoas buscam compartilhar suas vidas, histórias, aspectos físicos, emocionais e intelectuais de forma significativa para ambos, sendo uma construção mútua de cada parceiro dentro do relacionamento, dia após dia...

Estava assistindo à terceira temporada de Machos Alfas na Netflix, rindo loucamente, até que parei para refletir sobre um ponto que me chamou a atenção. Os incel (celibatário involuntário, em inglês), na série, são retratados como homens que não conseguem um relacionamento, seja romântico ou sexual, mesmo querendo ter um. Isso envolve um certo ressentimento, frustração e hostilidade em relação às mulheres e à sociedade.

Fiquei me questionando sobre o por quê dessa situação. Olhando para os personagens da série nessa cena, em que há um encontro entre os incel, percebi que são homens cuja aparência demonstra pouco cuidado consigo mesmos. Essa é apenas minha opinião, mas talvez falte amor-próprio, entre outras coisas, como habilidades sociais (são comportamentos e competências que facilitam relacionamentos interpessoais com outras pessoas. É a nossa capacidade e habilidade de expressar sentimentos, ouvir ativamente, resolver conflitos, trabalhar em equipe e se adaptar a diferentes situações sociais).

Como trabalho muito com comunicação assertiva e sei o quanto isso é um problema nas nossas relações interpessoais, percebo que a dificuldade de comunicação gera mal-entendidos e brigas desnecessárias. As pessoas simplesmente não se entendem.

Lembrando que alguns sintomas de baixa autoestima estão diretamente ligados à comunicação: o medo do que os outros vão pensar faz com que a pessoa deixe de falar e aceite coisas com as quais não concorda; a dificuldade de dizer “não” faz com que acabe dizendo “sim” para tudo, realizando coisas que não deseja, apenas para evitar conflitos ou não desagradar o outro, com receio de não ser amado e ser rejeitado.

Percebo, na minha prática como psicóloga clínica e sexóloga, que muitas vezes os relacionamentos não acabam por falta de amor, mas sim por falta de comunicação.

Será que as mulheres, muitas vezes, buscam um relacionamento sério e profundo?

Por outro lado, será que os homens reclamam que as mulheres são chatas, reclamam muito, cobram o tempo todo, falam demais e que um relacionamento sério e profundo dá muito trabalho?

Olhando para essas questões, parto do princípio de que, se você está sendo cobrado por algo, é porque não pagou a conta ou não cumpriu o combinado. O que percebo é que, muitas vezes, não há acordos claros entre os casais. Se você usa a energia elétrica e não paga a conta no mês seguinte, ou faz um empréstimo e não quita a dívida, começa a receber ligações de cobrança. A cobrança só existe porque há algo combinado (ou, às vezes, nem tão combinado assim) que não está sendo feito.

Em um relacionamento íntimo ambos precisam entender que a responsabilidade pra fazer dar certo e funcionar, ambos precisam andar lado a lado, dividindo as responsabilidades, se o outro não faz o mínimo para manter a relação, inclusive demonstrando, com ações, que se importa, a outra parte sente falta e, naturalmente, cobra. Sem ação e “pagamento”, as cobranças continuam até que uma das partes desista do relacionamento.





A sensação que tenho é que algumas pessoas não conseguem manter uma conversa profunda sobre diversos assuntos e, inclusive, discutir quando as coisas não vão bem. Evitar discussões – que não são brigas – faz com que questões importantes fiquem mal resolvidas.

Situações mal resolvidas vão enchendo um balde até que ele transborde, muitas vezes de forma agressiva. As brigas acabam sendo ataques diretos ao caráter do outro, ao invés de focar nos comportamentos que tornam a relação pesada e desgastante.

Será que falta às pessoas, de modo geral, habilidades sociais e uma comunicação clara e objetiva? Você sabe o que é escuta ativa? E comunicação assertiva?

Quando estamos com a autoestima baixa, tendemos a evitar situações que poderiam nos ajudar a superar dificuldades. Tanto a autoestima elevada quanto uma comunicação assertiva e uma escuta ativa nos fazem sentir mais seguros diante das situações ao longo da vida.

E aí vem outro pensamento: a "velha profissão" parece estar cada vez mais latente, inclusive nas redes sociais. Muitas mulheres dizem ganhar muito dinheiro trabalhando no job, o OnlyFans vende como água no deserto e há também o Privacy. Surge então outro questionamento: se há demanda, é porque muitas pessoas procuram esses serviços.

Por que homens pagam para ter uma prostituta em vez de manter um relacionamento sério? Por que as pessoas traem e não terminam o casamento? O que leva um homem a buscar outras pessoas fora do relacionamento? E as mulheres por que traem? Falta de atenção, carinho, conversa, intimidade ou companheirismo?

Já ouvi relatos como: “A transa é rápida, mas o que os homens buscam, na maior parte do tempo pago, é conversar com as garotas de programa.”

Lembrei da história de um homem famoso da mídia que só se relacionava com garotas de programa. Diziam que ele era tímido, sem amigos e sem jeito com mulheres e relacionamentos. Para ele, parecia mais fácil pagar por companhia do que desenvolver habilidades sociais, aprender a se comunicar e fazer amizades, ou até mesmo ter e manter um relacionamento sério e profundo.

Será que ele percebia que precisava desenvolver habilidades sociais para ter e manter um relacionamento saudável?

Mas e se ele simplesmente não quisesse um relacionamento sério e profundo porque isso dá trabalho?

Me diga você: o que não dá trabalho? Tudo na vida exige ação, esforço, dedicação, treino e aprendizado.

Por isso, parece que para algumas pessoas manter um relacionamento é muito difícil. Sem querer se comprometer com responsabilidades equilibradas e divididas.

Por outro lado, muitas vezes uma parte do casal acaba assumindo tudo sozinho, pois a outra parte não faz, não pergunta e não se coloca à disposição para “ajudar” e assumir suas próprias responsabilidades dentro do relacionamento.

Será que as mulheres são controladoras e querem resolver tudo sozinhas? E os homens acabam deixando para lá para não ter dor de cabeça?

Se você não desenvolve sua comunicação e não consegue manter diálogos mais profundos, terá dificuldades para conviver com uma mulher, que, sim, precisa conversar, gosta de interagir e, muitas vezes, não quer uma solução para seus problemas, apenas deseja alguém que a escute de forma ativa.

Será que umas das partes no relacionamento fica sobrecarregada? Será que é uma gangorra que pesa mais para um lado do que para o outro?

Será que as pessoas têm dificuldades em manter conversas mais profundas e compreender as queixas do outro no relacionamento?

Será que percebemos que talvez nos faltem habilidades de relacionamento interpessoal, autoestima, amor-próprio e repertório para uma comunicação mais assertiva?

Segundo um artigo, a intimidade comunicativa é um fator de satisfação para homens e mulheres heterossexuais em um relacionamento.

Para que um relacionamento seja bem-sucedido, é necessário que as pessoas estejam dispostas a se esforçar, a treinar sua comunicação e a manter conversas difíceis para colocar os pingos nos "is". Desistir não deveria ser uma opção quando percebemos que temos dificuldades e que precisamos evoluir e desenvolver-se.

Os relacionamentos íntimos são fundamentais para uma vida satisfatória. Um amor maduro pode nos afastar do isolamento, ao mesmo tempo em que preserva nossa individualidade. O relacionamento precisa de manutenção constante: intimidade, confiança, proximidade, respeito e tempo de qualidade juntos. O apoio emocional é essencial para ambos dentro de uma relação amorosa.

Segundo um artigo de José Augusto Evangelho Hernandez e Ilka Maria Biasetto de Oliveira, intitulado Os Componentes do Amor e a Satisfação, entre os componentes do amor, o que melhor se correlaciona com a satisfação, tanto para homens quanto para mulheres, é a intimidade comunicativa, seguida da excitação física.

O que te faz ter um relacionamento amoroso?

O que te faz fugir de um?

É melhor ou mais fácil ter um gato ou cachorro, porque eles não falam e você sempre faz a sua vontade e ele não discute com você?

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Silvana Souza de Sá é Psicóloga Clínica|Sexóloga

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Amor-próprio o antídoto para curar o sentimento de REJEIÇÃO!!!

 Sentir-se rejeitado dói exatamente como uma dor real de algum corte ou machucado. É uma experiência que certamente todas as pessoas vão passar em seu ciclo de vida, como os demais sentimentos, passamos por eles ao longo das nossas experiências desde o nosso nascimento até o final de nossa vida.

É uma sensação dolorosa de ter sido abandonado, excluído e rejeitado.

Nossas primeiras experiências podem ocorrem em família, na escola e nos grupos de amizades.

Quando não somos chamados para um evento muitas vezes voltamos para nossos defeitos para justificar, por que não eu?

O que não entendemos é que não existe justificativa, ainda mais depreciando nossas qualidades. Achando que não somos bons o suficiente por isso não fomos chamados/escolhidos.

A rejeição ela é íntima e pessoal, cada um percebe de um jeito, para começar precisamos entender que não somos vítimas - por não ter sido chamados para um evento -, o mundo não faz a gente sofrer. É a forma que olhamos para as situações baseados na nossa experiência de vida que faz a gente interpretar de uma forma distorcida a realidade – um dia ensolarado pode ser visto nublado quando usamos óculos escuros -, nem sempre o que vemos e sentimos é a realidade, é a realidade que queremos ver.

Devemos entender que somos importantes para nos mesmos, bem provável que não somos mais importantes para os outros, cada um olha pra si, entenda você deve sentir-se importante para si mesmo.

O mundo continua a girar com você ou sem você, se olhar fotos sobre o universo vai entender o quão pequenos somos diante da imensidão das galáxias.

A vida é um ciclo, nascemos, vivemos e morremos, as folhas vão mudando de cor até voltar para a terra. Não estamos aqui por muito tempo, vamos retornar ao pó de onde viemos.



A vaidade, o orgulho faz com que nos colocamos num lugar de vítima, de rejeitado, como a Hiena dizendo: “oh, vida, oh céus, ninguém me ama, ninguém me quer...”.

Quando entender que tudo é um ciclo, com começo, meio e fim, vai entender que não precisa sentir-se rejeitado, porque você é o seu mundo, o seu universo, você deve sentir-se importante para você, sua vida, seus planos.

Se o outro não percebe suas qualidades e não quer neste momento a sua companhia, está tudo bem. Sabe por quê? Porque você é a soma das suas escolhas, lembra que cada escolha te leva para um caminho, cada escolha te faz ter renúncias e consequências boas ou ruins.

O mundo continua aí, com ou sem você, ele o mundo não espera que você o melhore, ficar triste ou sentir-se rejeitado não vai ajudar na sua evolução, na sua autoetima e autoconhecimento.

Quando não for chamado para algum evento, entenda que está tudo bem, busque fazer coisas que goste, ocupe o seu tempo com outras coisas, pessoas. Curta o seu momento. Faça uma caminhada, dance, leia, vá ver lojas, vá em um café sozinha, curta o seu momento, carpe diem.

Quando temos boa autoestima, e aprendemos a nós amar, entendemos que essa situação não é rejeição, por motivos do outro, é escolha. Da mesma forma que você escolha a roupa x hoje para ir ao trabalho ou evento e não a y, exatamente como escolheu comer massa hoje ao invés de outro prato, é somente escolhas, não é rejeição.

Numa entrevista de trabalho ás vezes você é bom demais para a vaga e a empresa sabe que não vai ficar muito tempo se for contratada, ou para essa vaga especifica você não tem exatamente o que eles procuram, isso não quer dizer que não é bom.

Com relacionamentos é a mesma coisa, uma vez conheci uma pessoa que tinha muitas características e valores bem parecidos com os meus, porém era uma pessoa que tinha dificuldades de comunicação, timidez para enviar mensagens, ou seja, a conversa não fluía e ficávamos vários dias sem nos falar... Não tinha como dar certo, não foi uma rejeição.



Muitas vezes me senti rejeitada achando que o problema era eu, mas não era, não somos “brigadeiro” para agradar todo mundo – e eu particularmente gosto mais de “beijinho de coco” - e nem sempre a pessoa que eu estava interessada também estava interessada em mim. Faz parte, por isso não fique triste quando você não for escolhido.

Quando aprendemos a nos amar em primeiro lugar, não sentimos a rejeição, porque não somos capazes de nos rejeitar. Aprendemos a não fazer comparações injustas, isso realmente é um vírus de destruição, nossas comparações nunca são justas ou reais como imaginamos. Não sabemos o que ocorre na vida do outro, o que vemos é um pequeno quadro do todo e até com filtro...

Amar a sí mesmo e não se sentir rejeitado é entender que a vida flui, como um rio, devemos seguir em frente, buscando evoluir cada dia em relação ao que fomos ontem, deixar fluir. Parar de se importar com as coisas, um dia por vez, avançando no nosso tempo.

Somos como um barco, que sempre flui não pelo mesmo rio, o rio nunca é o mesmo, nós também, eu aqui escrevendo esse texto, já não sou a mesma lá do início dele. Nada é o mesmo o tempo todo, às águas, o rio, você.

Todos estamos no mesmo mar, não no mesmo barco, cada um vive a sua história e experiência baseado na sua percepção de mundo e vida. Não tem jeito certo ou errado de sentir ou viver, cada um temo seu jeito, único e pessoal.

Permita-se viver, fluir na vida, aprenda a ter autocontrole e pare de querer controlar tudo e todos ao seu redor, você não controla o vento, mas pode ajustar as velas do seu barco conforme o vento. Você não controla o sol ou a chuva, mas pode encontrar meios de ficar bem consigo mesmo, mesmo diante de um sol de 40° graus, tomando banho gelado, água fresquinha, roupa leve, o sol não precisa mudar pra atender as suas necessidades.

Não fique ancorado, ficar parado pode criar raízes onde não deseja, ficar enferrujado e estagnado e quando olhar para trás poderá ser tarde demais, não terá um barco em boas condições para fluir mar adentro.

Viver tem muito mais a ver com deixar fluir, descer o rio, ir ajustando as velas, sem comparação, sem olhar para o barco ao lado e para os outros, o que fazem, o que deixam de fazer.



Vivendo assim não sentirás mais a rejeição e entenderá que hoje é o seu melhor PRESENTE, ontem é passado, alimentar ele pode gerar em você tristeza e decepção, amanhã é futuro e não imaginamos como será realmente, nem sabemos se vamos estar vivos pra contar essa história. Alimentar o futuro pode te gerar ansiedade e frustração. Por isso viva o hoje e faça a sua vida valer a pena!

Dedico esse texto para um grande amigo, as ideias para escrevê-lo vieram depois de uma conversa sobre pessoas, sentimentos e vida.

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Silvana Souza de Sá é Psicóloga Clínica|Sexóloga

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Um Porsche: será que é poder, responsabilidade ou falta de AUTOESTIMA?

Vivemos em um mundo capitalista, onde o avanço da tecnologia e das redes sociais fica mais evidente o quanto somos reforçados que é mais importante TER algo do que SER alguém.

Tal qual sabemos que o carro está relacionado para alguns homens como símbolo de poder e status, como para algumas mulheres o uso de salto alto, bolsas de marcas milionárias e maquiagens caríssimas.

Eu sempre falo disto quando menciono sobre AUTOESTIMA, quando “usamos” coisas externas para aumentar a nossa autoestima, percebemos que não temos autoestima elevado quando estamos sem essas coisas/objetivos externos. Ou seja, não estamos trabalhando ou aumentando a nossa autoestima com bem material. A autoestima é trabalhada de dentro para fora de preferência em sessões de psicoterapia com autoconhecimento.

Quando você desce do carro, o poder vai embora, quando você tira o salto ou a maquiagem também.  O correto é trabalhar a sua autoestima de dentro para fora reconhecendo suas qualidades, defeitos, vitórias, conquistas e superações. Ao ponto que você consegue sentir-se bem dentro e fora do seu carro, com ou sem salto, ou com outros objetos que acredita que te trazem “o poder”.

Muitas vezes acreditamos que todas as coisas que nos dão poder, fazem com que a gente se sinta melhor, superior aos outros. O que as pessoas não entendem é, poder não é ser uma pessoa arrogante, intimidadora, abusiva, arbitrária ou manipuladora, que faz tudo o que quer, invalidando os outros e acreditando que é dono do mundo, acreditando que por te “poder” não precisa seguir regras mesmo convivendo numa sociedade, que necessita de regras para uma melhor convivência de todos.

Um Porsche é um carro esportivo de alta velocidade, sim está fortemente ligado ao símbolo de poder e status, um homem munido da sua Porsche pode achar que é o rei do mundo, tem todo o  poder que quiser. Qual é o homem que não sonha em dirigir um carro desse porte e sentir-se o rei do mundo?

Independente da marca do carro e da sua velocidade, qualquer pessoa com uma CNH e está no controle da direção de um carro não tem “poder” para fazer o que quiser, sair correndo por aí. Matando ou atropelando pessoas como se não houvesse amanhã.

Quanto mais “poder”, você acredita que pode fazer o que você quer, do jeito que quer, na hora que der na sua “telha”, na verdade é muito mais RESPONSABILIDADE.


A responsabilidade difere do poder, porque ao imaginar um diretor financeiro sendo nomeado para esse o cargo de diretoria, acreditar que pode fazer o que quiser, mandar e desmandar com as finanças e o dinheiro da empresa, se assim agir, vai levar a empresa a falência em poucos meses. Quantas pessoas ganharam na megasena e perderam tudo em tão pouco tempo, porque não tinha habilidade para lidar com tanto dinheiro.

Essa confusão de achar que é poder, posso e faço o que quero, não faz muitas pessoas entenderem que no fundo, no fundo, é responsabilidade, para ter habilidade, consciência para lidar com tudo que está abaixo de você, por exemplo em um cargo de diretor.

Os pais muitas vezes quando sente-se culpados por trabalhar demais e ter pouco tempo de qualidade com os filhos acabam dando pra eles uma noção de mundo que tudo pode e tudo que eles quiserem é possível. Eles inclusive acabam tirando a responsabilidade de lidar com as pequenas coisas da vida. Deixando-os “aleijados” no sentindo de buscar se esforçar para viver a vida, inclusive no entendimento que todas as suas escolhas podem levar a consequências, e que é preciso ser responsável pelas coisas boas e ruins que fazemos ao longo da nossa vida.

Escolhas geram renúncias, muitas vezes os filhos não fazem ideia dessas renúncias e consequências. A vida não é um jogo de vídeo game que os personagens morrem e voltam na próxima partida!

Esse não aprendizado de como funciona a vida no mundo real, faz com que as crianças/adolescentes e até adultos não trabalhem a sua autoestima, pois crescem acreditando que são os “reis” do mundo, e não são. Quando fazem coisas erradas e os pais passam a mão na cabeça deles e não fazem eles lidar com as responsabilidades, aí que acreditam mesmo tudo ser possível.

Não tem volta, um acidente que pode causar um estado vegetativo numa cama, perder um membro, matar alguém, ficar com sequelas para vida toda ou causar sequelas em pessoas próximas ou não, isso não tem como voltar atrás. A melhor forma de arrumar esse tipo de situação é ter boa autoestima e aprender a tomar boas decisões. Decisões erradas não tem remédio que cure.

Será que você entende que é muita responsabilidade tudo o que você faz ou deixa de fazer? Será que você entende que será cobrado pela sua consciência e pela sociedade dependendo dos seus erros? Será que você sabe o que é mais importante na sua vida? Será que você sabe avaliar o que é mais importante e conciliar com seus gostos e vontades?

Na busca por evitar o sofrimento dos filhos, os pais usam de superproteção. Querendo controlar tudo, cada passo, para que o filho não rale o joelho, aí é que está o problema, o filho acaba não passando pelo processo, da dor do joelho ralado e não aprende a se proteger de si mesmo, não caindo em lugares que vão machucá-lo.



Ao invés de ensinar o filho a ser livre no mundo e saber lidar com as questões da vida, prendem em casa dentro de uma redoma. Os pais sem perceber criam um filho “inocente”, um filho que não sabe a ideia de que tudo na vida precisa passar pela régua do esforço e tempo. Esses filhos crescem acreditando que tudo é muito simples sem esforço, e não sabem lidar com as frustrações da vida. Quando recebem um “não” desistem fácil.

Quando ensinamos nossos filhos a viver no mundo eles adquirem boa autoestima, segurança em si mesmo e aprendem a passar pelos processos da vida. Como um pássaro que voa livre enfrentando as adversidades da selva.

Muitas crises de ansiedade nascem de justamente não saber viver sozinho, se proteger, se manter, cuidando de si mesmo sem a ajuda 100% dos pais. Ser responsável pelos seus atos e assumir os erros ainda é uma dificuldade grande de filhos que foram criados numa redoma.

“Um pássaro que repousa numa árvore nunca teme que o galho quebre, porque a sua confiança não é no galho, mas nas suas próprias asas.”

Tudo que é novo e diferente pode gerar medo ou ansiedade, toda vez que enfrentamos as novidades do dia a dia sozinhos e aprendemos a lidar com elas vamos nos fortalecendo. Quando temos alguém fazendo isso por nós, deixamos de aprender e a vida e se torna complicadíssima de viver. Tornamos dependentes dos nossos pais, ou seja, “aleijados”.

Aprender a viver sem depender dos outros é fundamental para uma autoestima saudável. Reconhecer suas qualidades, erros, defeitos, vitorias e apropriar-se de quem você é, faz toda a diferença na sua autoconfiança.

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Pais e AUTOESTIMA dos Filhos!

 Autoestima é a forma como você se enxerga, em relação aos seus valores, suas crenças (coisas em que você acredita), suas qualidades, capacidades, vitórias, conquistas, aprendizados, potencial. Isso é adquirido através da tentativa e erro. Quanto mais você faz algo, mais fácil e prático fica para você, isso vai te dando experiência e senso de capacidade. Elevando assim a sua autoestima.

Gosto de dizer que autoestima é o quanto você acredita em si mesmo, no seu potencial, o quanto gosta de você com os seus defeitos e qualidades e o quanto se respeita e faz ser respeitado pelos outros. Lembrando que toda vez que você diz sim querendo dizer e faz algo só para agradar o outro, você não está se respeitando.

Ela a autoestima, vai sendo construída desde a infância, através das experiências que vamos vivendo e colecionando, superações, aprendizados e joelhos ralados. Assim se os pais permitirem. Criança que são superprotegidas pelos pais, vão viver bem menos experiências.

Uma coisa que pode parecer simples para você hoje na fase adulta, como amarrar o cadarço, mas talvez para algumas pessoas é um transtorno até hoje, quem não consegue amarrar os cadarços pode sentir-se incapaz ou inútil por teoricamente não conseguir fazer uma coisa que parece boba para muitos e para outros um transtorno de tão difícil.


Você deve estar se questionando por que eu estou falando sobre isso? 
Se você é uma mãe ou pai ansioso, apressado e estressado, quase ninguém é, risos!

Certamente você fez ou ainda faz várias atividades para o seu filho, para agilizar a sua vida, o seu dia, visto que ele parece “lerdo”, “lento”, “incapaz”, “preguiçoso”, “desajeitado”, (rótulos que nós vamos dando para as crianças sem perceber, que viram crenças complicadas na fase adulta), o que você não percebe é que você não está facilitando a sua vida, tampouco a do seu filho.

Você está privando-o de aprender situações, fazer enfrentamentos que vão gerar nele experiências e segurança para uma vida adulta, porque depois dos 18 anos, ele não vai contar com você para fazer as coisas que ele não consegue. Porque ao invés dele agir, sempre tinha um adulto fazendo o que ele deveria fazer.

Imagina a cena, ele lá no trabalho dele não conseguindo fazer algo e você para tudo e vai lá para executar o trabalho que é de responsabilidade dele... Não dá né.

Pois é, toda vez que você amarra o cadarço, toda vez que você coloca comida na boca do seu filho quando ele já tem idade suficiente para fazer isso sozinho, dá banho, troca de roupa, faz as lições da escola por ele. Tudo isso porque tem pressa ou não quer que ele sofra com os erros.

Você está tirando dele a capacidade de aprender, de se fortalecer para desafios que serão mais difíceis. Essa é a mágica dos problemas, toda vez que você resolve um problema de matemática ou da vida, você adquire ferramentas, conhecimentos e aprendizados que te deixam mais fortalecido, para quando aparecer algo igual ou mais difícil. Quando você evita que seu filho faça coisas básicas ele não adquire ferramentas para lidar com as coisas básicas da vida, ou seja, pare de fazer por ele coisas que ele precisa desenvolver-se.

Toda vez que você faz algo pelo outro, ele vai ter a sensação, percepção que não é capaz, que é tudo tão difícil e muitas vezes não vai nem arriscar a fazer mesmo errando e aprendendo, vai esperar por você.

Mas e quando for a hora dele fazer uma entrevista de trabalho? Você vai lá também fazer a entrevista por ele?



A autoestima vai sendo formada toda vez que ele consegue amarrar os cadarços, mesmo que seja mal amarrado, mesmo que seja de outro jeito que você faz, ele vai sentindo-se cada vez mais seguro e vai aprender mesmo como amarrar.

Vai aprender a ter senso de responsabilidade quando perceber que ele não fez as atividades da escola e foi chamado a atenção da professora, vai ficar mais esperto e vai fazer da próxima vez, mesmo contendo erros, até mesmo porque ele não tem que acertar tudo, deve aprender como fazer (literalmente zoando o português) “fazendo”.

Tudo que é novo, tudo que diferente e desconhecido tende a deixar a gente ansioso, com medo, mas é o ato de fazer, de enfrentar as situações novas e diferentes da vida, que faz com que tanto a ansiedade com o medo vai reduzindo e vamos adquirindo coragem e experiências.

Precisamos dar pequenas autonomias e independência para as crianças conforme a idade dela, essa independência não é financeira, mas é de atitudes, é nesse momento que elaa vão internalizando regras, valores, responsabilidades, isso vai ajudar na vida adulta.

Sim, crianças que não tiveram isso, adolescentes e até adultos mais de 18 anos, e  tiveram somente pais que faziam ou ainda fazem tudo por eles, geralmente tem questões de baixa autoestima, sentem que são incapazes, com dificuldades de relacionamento interpessoal ou de fazer um simples deslocamento de ônibus ou metrô pela cidade, sentem-se inseguros e tendem a fugir das situações que com certeza deixaram eles mais fortes e preparados pra viver a vida adulta.

Nesta fase já adultos buscam por terapia e estão extremamente frustrados, sem saber lidar com coisas que parecem ser básicas e fáceis, porém pra eles não é. E quando qualquer coisa dá errado, ou não acontece como esperam, muitas vezes são tomados pela ansiedade, não sabem esperar o tempo das coisas, já acham que não servem para nada, que tudo na vida é difícil demais.



Sem entender que tudo tem tempo e processo na vida, como por exemplo, ninguém fica grávida hoje e já tem o bebê no dia seguinte, precisa esperar por nove meses.

Muitas vezes os pais que falam: “eu vou dar tudo o que eu tive para o meu filho”, não percebe que está criando nele um senso de ansiedade, dificuldade de esperar e de lutar, trabalhar, fazer as coisas darem certo. Um filho que tem um iphone 15 quebrado em um dia, que não faz ideia de quanto o pai pagou, já recebe um novo no dia seguinte, igual ou melhor no dia seguinte, não sabe o que é juntar dinheiro, mês por mês pra comprar um novo, ele não vai dar valor, “se quebrar meu pai dá outro melhor”.

Eu sempre falo que a vida não fica mais fácil com a psicoterapia, nós é que ficamos mais fortalecidos para lidar com a vida, esse deve ser o papel dos pais, criar os filhos para ser independente e viver a sua vida sem depender ou estar grudados nos pais, mas por medo de perder os filhos os pais acabam se rendendo aos filhos que se tornam reis e tudo podem.

Quando aprendemos a lidar com as coisas da vida não precisamos empurrar uma carroça com roda “quadrada”, é assim que pessoas com dificuldades para fazer coisas que para nós parece simples e para elas é um monstro gigante vê a vida.

Tarefas simples que casa criança dentro da sua idade pode executar.

1 – 3 Anos

4 – 5 Anos

6 – 8 Anos

9 – 11 Anos

12 – 14 Anos

Guardar brinquedos e livros

Arrumar a cama

Lavar e guardar louça

Preparar lanches rápidos

Limpar banheiro

Tirar o prato da mesa

Ajudar a separar o lixo

Pôr e tirar a mesa

Limpar móveis e armários

Passar pano no chão

Guardar sapatos

Guardar roupas

varrer

Trocar roupa de cama

Cuidar de plantas

Colocar a roupa suja no cesto

Guardar parte da louça

Dobrar roupas

Cuidar de animais

Preparar pequenas refeições

Tirar a própria roupa

Separar o lixo

Pendurar roupa no varal de chão

Fazer lista de mercado

Separar contas a pagar

Pôr guardanapo na mesa

Regar plantas

Lavar calçada

Ajudar no preparo do jantar/almoço

Fazer compras rápidas perto de casa

 

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